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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sotaques

Crônica feita para o blog Cartas aos Nativos do Mundo (confira aqui)
          
         Alguns sabem, mesmo os que só me conhecem pelos escritos deste blog, que nasci no estado do Rio de Janeiro, e moro em Natal, Rio Grande do Norte, há sete anos, a serem completados em janeiro de 2011. E, pelo fato de ser de outro estado, com outra cultura, muitos, na época em que cheguei a Natal, ficaram mangando do meu sotaque, que eu falava chiando e tudo mais. Conseguinte a isso, eu também zoava o sotaque deles... dizia que falavam arrastado, que usavam muitas gírias estranhas e tudo mais.
            Mas – com a permissão desta conjunção já no início do parágrafo – a vida é uma roda-gigante, e, ao passo que o moinho rodava, meu coração e meu sotaque foram se adaptando ao RN. Fui cada vez mais me apaixonando por Natal e mais todos aqueles clichês que os de fora usam quando vão morar em Natal.      
            E, nesses dias, em viagem ao Rio de Janeiro – uma breve visita a família –, surpreendi minha mãe, que até dois anos morava e Natal, com meu sotaque arrastado. Até um primo meu, Rafael, que morava a menos de um ano na Cidade do Sol, ficou mangando do meu arrastar no falar. Entretanto, isso não é o pior!... Não esquento que tirem onda com a miscigenação do meu jeito de falar – defendo mesmo minha identidade blicolada!... O fato é que, muito acostumado com Natal, sinto dores nos ouvidos ao ver os fluminenses falando – mesmo os meus irmãos. Percebo, agora, o quanto eu incomodava e causava estranhamento nas pessoas ao meu redor, visse? 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Forró nos arredores de Natal

A gente pode ver de tudo em Natal e adjacências... 
Falta de concordância e redundância num cartaz só é ...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A Cidade Jardim

Era uma vez uma Cidade que foi transformada em jardim por pessoas enfeitiçadas por um grande feiticeiro, que tem vários e vários amigos gênios do mal que influenciam sem violência os plebeus famintos de cultura e educação. Esta Cidade, agora um jardim, é cuidada por um lobo em pele de Borboleta, e acaba de ganhar uma nova zeladora, Dona Rosa, que, dizem as más línguas, não gosta de jardins, e, apesar de ser uma flor de pessoa, destinará todas as atenções ao canteiro sem borboletas ou mar, tudo isso por ser má.
A Dona Rosa depende de três peões para tomar conta do jardim... ela sabe como é importante, pois já foi peã um dia. Mas assim como a Borboleta e a Dona Rosa, os três peões não ligam muito para a Cidade Jardim, pensam apenas em seus próprios negócios, mas como dá lucros, altíssimos, ser peão, eles não largam o osso. Parece que um dos peões vai sair... virou jagunço, e outro, da mesma laia, vai tomar conta em seu lugar. Esse negócio de tomar conta do jardim, e da casa toda, até o quintal, rende muito dinheiro fácil, por isso o poder fica sempre nas mesmas mãos, nas mesmas famílias que mudam de nome, mas não de ideologia.
E, a cada dia que passa, as pessoas enfeitiçadas fazem com que o feiticeiro, mais conhecido com Galega do Alecrim – e não me perguntem o porquê – se torne mais poderoso. Este feiticeiro quer tomar conta não só da Cidade Jardim e do Curral do Norte, mas de todo a Terra Baixa... Cuidado com esse feiticeiro... Ele quer tomar conta de suas vidas, leitor.